Na manhã desta sexta-feira (13), a Coreia do Norte revelou publicamente suas instalações de enriquecimento de urânio pela primeira vez, em um evento transmitido pela agência estatal KCNA. A visita do líder Kim Jong-un ao Instituto Nacional de Pesquisa de Armas Nucleares marcou uma rara exposição das capacidades nucleares do país.

Durante a visita, Kim Jong-un fez um apelo para a construção de mais centrífugas de enriquecimento de urânio, com o objetivo de expandir significativamente o arsenal nuclear da nação. Imagens divulgadas mostram Kim acompanhado de Hong Sung-mu, uma figura proeminente do programa nuclear norte-coreano, observando uma sala repleta de centrífugas de gás.

Segundo a KCNA, Kim Jong-un enfatizou a necessidade de aumentar o número de centrífugas para fortalecer a capacidade nuclear da Coreia do Norte em conformidade com as diretrizes do Partido. O líder norte-coreano expressou satisfação com o aumento constante na produção de material nuclear e ordenou a melhoria da eficiência das centrífugas existentes, além da aceleração da introdução de um novo tipo de centrífuga, atualmente em fase final de desenvolvimento.

A visita de Kim também incluiu uma inspeção das áreas em construção para acomodar mais centrífugas, com o líder reiterando a importância de aprimorar as capacidades nucleares do país tanto para defesa quanto para ataques preventivos. Este movimento é apresentado como uma resposta a uma "grave ameaça" percebida, atribuída à expansão militar dos EUA e seus aliados na região.

Historicamente, o regime norte-coreano nunca havia divulgado detalhes sobre suas instalações de enriquecimento de urânio. No entanto, a visita de Kim e a subsequente exibição pública refletem uma estratégia mais assertiva na demonstração das capacidades nucleares do país. A Coreia do Norte havia permitido visitas controladas a suas instalações nucleares, como a de Yongbyon, mas sempre manteve grande parte de sua infraestrutura em sigilo.

Recentemente, Kim Jong-un prometeu intensificar os esforços para garantir que as forças nucleares do país estejam prontamente disponíveis para combate, destacando a necessidade de resistência frente à "expansão imprudente" de forças militares lideradas pelos EUA. Essas declarações ocorreram após a revelação de uma nova plataforma de lançamento de mísseis balísticos intercontinentais.

O regime norte-coreano também expressou preocupações em relação à recente diretriz de defesa assinada entre os EUA e a Coreia do Sul, que visa integrar armas nucleares americanas e armas convencionais sul-coreanas. A Coreia do Norte alega que este acordo revela intenções hostis de seus adversários, embora autoridades dos EUA e da Coreia do Sul neguem qualquer plano de ataque.

Analistas internacionais sugerem que a Coreia do Norte pode realizar novos testes nucleares ou lançamentos de mísseis intercontinentais antes das próximas eleições americanas, na tentativa de aumentar sua influência nas negociações futuras com os EUA. A crença é de que uma demonstração de força nuclear poderia levar a concessões, como o alívio das sanções econômicas.